terça-feira, 30 de outubro de 2018

Acima de todos, o ser humano

Ando comprando muitas brigas. Algo que quem me conhece há algum tempo sabe que não faz parte do meu estilo. Alguém já deve ter concebido essa frase, mas cheguei a ela sozinho: “brigue as brigas que valem a pena”. Não há palavras debaixo do sol que não foram ditas, mas vou me arvorar de autor da ideia. 

Acho muito necessário comprar as brigas que tenho  comprado. Uma observação, nunca entrei nos posts de quem quer que seja para criticar o que foi escrito. Quando vejo algo que não concordo, rolo a tela e sigo adiante. 

No entanto, os cachorros loucos que foram soltos estão com a faca nos dentes. O objetivo é inundar as publicações críticas para abafar a voz dissonante. 

Jair Bolsonaro venceu a eleição. Teve quase 11 milhões a mais de votos do que Fernando Haddad. Em sã consciência, quem torce para tudo dar errado? Eu preciso que as coisas deem certo no país. Tenho filhos adolescentes que começarão a resolver seus caminhos neste governo. Logo, se você acha que estou torcendo para dar errado, você precisa aprender a ler novamente. 

Dito isso, chegou ao Planalto um candidato que não apresentou propostas claras, logo, por isso o uso da expressão mergulho no escuro. Mas se você não consegue entender isso, é uma questão sua com a interpretação de texto. 

Não tenho super heróis. Na verdade, combato a ideia de super heróis. Eles não estão na magistratura, no cárcere, no púlpito ou numa propriedade improdutiva invadida. Dito isso, Sérgio Moro se mostrou um juiz com a sentença pre-concebida. Jogou “para fazer gol com a mão”. Ele viu na Lava-Jato a oportunidade de se promover. Aceitar o cargo de ministro da Justiça depois de ter tentado influenciar a eleição no primeiro turno, só corrobora para mim a imagem de parcial. 

Sobre a declaração a respeito da Folha de São Paulo no JN, o presidente eleito deu um recado direto dizendo que a mídia que fizesse um jornalismo mentiroso perderia verbas publicitárias. A questão é a subjetividade. Ele e sua equipe serão os avaliadores do que é “jornalismo mentiroso”? O cara que espalhou a mentira do “kit gay”?  A campanha que inventou que Haddad tinha estourado uma menina?

A liberdade de expressão corre risco, sim. A deputada catarinense que incentivou estudantes a filmar professores e denunciá-los é a tradução dos novos tempos. Junta-se a isso, a declaração sobre a Folha e a cumplicidade dos TRE’s nas ações das universidades e compreendemos o que pode nos aguardar. 

Com tudo isso, acho que se Bolsonaro respeitar as regras do jogo democrático, será impelido para atuar mais próximo do centro político. Terá que negociar para aprovar reformas. O grande problema, são os cachorros loucos que foram soltos. Eles se espalham pelas ruas armados, ou nas redes sociais para tentar silenciar o pensamento diferente. Para os caninos que correm com a baba escorrendo no canto da boca, a voz diferente é uma ameaça. Não se furtam de ofender e desqualificar. 


Então, enquanto eu puder falar, vou falar. Não pretendo doutrinar. Você pode apenas rolar a tela ao se deparar com algum comentário meu. Jornalismo a favor é propaganda. Para ser necessário, o jornalismo é crítico. Meu lema é: O ser humano acima de todos. Deus, bem, Deus criou tudo, logo, não precisa de milícia santa para invocar sua importância. 

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