quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Eleição surrealista

Neste texto vou juntar fragmentos de varias conversas que podem explicar os rumos das eleições presidenciais. As conversas não foram todas com a mesma pessoa. No entanto, decidi montar um quebra-cabeça. Tenho medo de que ao juntar várias conversas, monte um mostro surrealista, mas acho que o surreal explica muitas das coisas atualmente em Pindorama. 

Entro no táxi. Tenho evitado política, como li certa vez, os taxistas do Rio antigamente eram brizolistas, no entanto, agora são Bolsonaro. Mas minha curiosidade mórbida se manifesta:

-Esse ano vai ser enrolado para votar. - provoco. 
-Para piorar, a TV Globo se alia com o Lula. Se ele está preso, não tem que divulgar os números da pesquisa. 

Explico que O Ibope é obrigado a incluir Lula até que a candidatura seja cassada.  Neste momento vem a pérola definitiva:

  • A TV Globo é comunista!
A campanha foi transcorrendo e fui a uma festa de 15 anos. Sento com minha mulher e fico quieto. Não quero me tornar o chato que só fala de política, logo, seguro minha onda. Mas, quando você é jornalista, as pessoas acham que você sabe coisas que ninguém mais sabe. Fui interpelado. A convidada então dirigiu-se a mim e emendou:

-Pra mim esse negócio de Bolsonaro machista é bobagem. Não quero ele pra casar. Então, pouco me importa. Eu não quero é o Lula de novo. 

Uma das maiores queixas da minha mulher é que bato palma para maluco dançar. Insisto nas conversas para ver se sai alguma bobagem. Elas me perseguem. 

Outra passagem preciosa saiu sobre a candidata à vice na chapa de Fernando Haddad:

  • A candidata a vice do PT é aquela arruaceira da Cininho, que estava envolvida com os black blocks das passeatas. 

Mas no salão de cabeleireiro veio o melhor:

  • Essa urna eletrônica é um perigo
  • Por quê?
  • Elas vieram da Venezuela estão contaminadas com votos para o PT...

São muitas fake news, boatarias infundadas que encontram terreno fértil num país irracionalmente dividido. Não há amor em SP, também não há amor do Oiapoque ao Chuí. 
E diante deste panorama vamos decidir nosso próximos quatro anos. Por via das dúvidas já lancei uma proposta aos meus alunos:

  • Vocês sabem rezar?
  • Sim
  • Então comecem agora que o país está precisando. 



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