quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O voto feminino é a última saída

Há 14% dos eleitores em disputa faltando 3 dias para a votação no segundo turno. A pesquisa DataFolha divulgada nesta quinta-feira mostra que há 6% de indecisos e 8% declarando que vão votar nulo, rejeitando Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. 

Nos votos totais, Jair Bolsonaro tem 48% enquanto Fernando Haddad marca 38%. Quando são considerados apenas os votos válidos, o placar mostra 56 a 44. Os 12 pontos são a menor diferença registrada no segundo turno. O último DataFolha mostrava 59 a 41, uma diferença de 18 pontos. 

Ou seja, os petistas têm 3 dias para avançar nos indecisos e convencer o maior número possível de eleitores que votariam nulo a cravar 13 no domingo. A campanha petista deve analisar esses números e alguns outros revelados pelo Ibope divulgado nesta quarta-feira. 

Segundo o Ibope, Bolsonaro vence entre as mulheres por 44 a 40. Entre os homens a vitória é elástica. 56 a 33. Outra estatística importante é a que mostra a situação do eleitorado negro. O Ibope registra 45 a 42 para o candidato do PSL. 

O que as pesquisas mostram é que nos últimos dias de campanha o PT deveria centrar fogo em conseguir virar e abrir uma grande diferença entre as mulheres. O ideal seria que Haddad conseguisse abrir 20 pontos entre as mulheres. E diminuísse um pouco a diferença entre os homens. 

É uma tarefa muito difícil, mas não resta ao candidato petista outra alternativa. Da mesma forma que houve uma onda bolsonarista na reta final do primeiro turno, Haddad tenta um sprint até domingo. A diferença ainda é grande, mas ela já foi de 18 e agora está em 12 pontos. 

Usando uma metáfora do boxe, Bolsonaro está tentando um clinch, que é aquela estratégia de abraçar o adversário e evitar o combate. Não ir aos debates faz parte deste clinch eleitoral.  Haddad quer luta, bate tentando encontrar algum ponto vulnerável que lhe valha o nocaute. 

O lado petista tenta uma campanha vira-voto. Vários posts nas redes sociais conclamam os indecisos a conversar sobre as eleições. É uma tática “formiguinha”, que talvez não dê tempo, mas que é uma forma de luta para quem não quer ver Bolsonaro eleito. Não me lembro de uma eleição em que vivi tanta gente se envolve do para tentar convencer indecisos. 

Enquanto isso, a imprensa internacional pública vários artigos falando sobre o perigo da vitória do ex-capitão. Escrevem sobre sua defesa dos torturadores da ditadura e de seu pouco apreço pelas instituições democráticas. 

Bolsonaro não foi levado à sério pelos adversários. Poderia ter sido denunciado por quebra de decoro algumas vezes. Foi tratado como folclórico e fanfarrão e agora pode ser presidente da República. Não é uma história de superação. É algo mais grave. Se Jânio Quadros era a UDN de pileque, Bolsonaro é a direita em surto psicótico. E no transe, até o centro foi arrastado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário