terça-feira, 2 de outubro de 2018

O museu de grandes novidades

Jair Bolsonaro vence entre as mulheres. O candidato do PSL tem 24% do eleitorado feminino. Do dia 20 de agosto até agora, O Ibope registrou seu crescimento de 13% para 24%. Esse é o maior índice conseguido por ele entre as mulheres desde agosto. Entre os homens, os números são ainda mais significativos. Ele conseguiu 39% dos votos. Subindo 4 pontos percentuais em relação ao levantamento da semana passada. 

A pesquisa também mostra que entre as pessoas com maior nível de escolaridade, Bolsonaro chega a 40% das intenções de voto. Nesse recorte, o candidato do PSL subiu 9 pontos em relação ao último levantamento. A diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavalari, disse em entrevista à Globonews que esses números entre os mais escolarizados mostram que Bolsonaro avançou no eleitorado que historicamente pertencia aos tucanos. 

Os números que deixaram atônitos os adversários indicam que o voto útil anti-petista foi antecipado. Virou plebiscito já no primeiro turno. Márcia afirmou que a maioria de eleitores de Bolsonaro o quer porque concorda com suas ideias. O desempenho dele melhora nos segmentos em que a segurança tem maior peso na escolha. 

O PSDB é o grande derrotado dessa eleição. O partido ficou os últimos 4 anos preparando o caldeirão do anti-petismo. Traiu seus princípios históricos em votações no Congresso e apoiou incondicionalmente a Lava-Jato até que alguns do seus fossem presos. 

Criou o lugar para o surgimento do opositor que salvaria a nação do “período de trevas” petista. Só esqueceu de combinar com o eleitor. Resultado: Geraldo Alckmin com seu “latifúndio” de rádio e TV periga não chegar aos dois dígitos dos votos para presidente. 

E o Brasil flerta perigosamente com uma solução autoritária. Ironicamente, a frase dita por Lula no dia de sua prisão, de que agora virara uma ideia, parece se aplicar ao grande adversário nestas eleições. 

Bolsonaro virou uma ideia. Mesmo com sua pouca ou nenhuma capacidade para governar o pais, mesmo com ideias homofóbicas, machistas, racistas e fascistas. Está no posto de salvador para parcela significativa do país, não por méritos e honrarias, mas fabricado pelo medo e pela intolerância à qualquer tipo de diversidade. 

Quando a gente já está há um certo tempo na estrada, vê o filme repetir algumas partes. Por falta de criatividade dos roteiristas, no caso, nós, o povo, vamos recolocando um personagem esdrúxulo na trama. Foi assim com Jânio Quadros, em 1961. Não satisfeitos, elegemos Fernando Collor, em 1989. Agora terá chegado a vez de Jair Bolsonaro?

Com a palavra, os roteiristas. 







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